Data de publicação: 06/09/2017

Prevenção

Setembro Verde estimula a prevenção do câncer de intestino

Segundo câncer que mais mata no país, atinge 35 mil brasileiros todos os anos

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Setembro Verde estimula a prevenção do câncer de intestino
Um inimigo silencioso e letal. Assim pode ser definido o Câncer de Intestino que, todos os anos soma cerca de 35 mil novos casos no Brasil. É o terceiro câncer mais frequente e o segundo que mais mata no país. Para incentivar a prevenção e a detecção precoce, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia lançou a campanha “Setembro Verde”, que quer tornar o assunto mais conhecido e incentivar às pessoas na realização de exames preventivos, especialmente a partir dos 50 anos.

“Dos quatro tipos de câncer mais conhecidos, que são o de mama, próstata e pulmão, o câncer de intestino é o único que pode ser prevenido. Todos os outros dependem apenas da detecção precoce, quando se aumentam as chances de cura. Mas o câncer de intestino é prevenido através de um exame de colonoscopia, no qual se procuram lesões benignas, os pólipos, que são pequenas tumorações ou “verrugas” que, com o passar do tempo, crescem e tem grande chance de se transformar em câncer. Os pólipos detectados são retirados no momento do exame. Por isso, câncer do intestino pode ser prevenido”, explica o médico especialista em Coloproctologia, Cirurgia Colorretal e Colonoscopia, dr. Paulo Coppini.

Segundo ele, o grupo de risco para o câncer de intestino são homens e mulheres a partir dos 50 anos, e, especialmente para quem já contou com o histórico da doença na família a partir dos 40 anos ou 10 anos antes da detecção do câncer em familiar. “Por exemplo, se o pai teve o câncer do intestino aos 40 anos, é importante que os filhos iniciem a investigação, no mínimo, aos 30 anos. E a melhor forma de prevenir ou detectar precocemente é através da colonoscopia, que é uma endoscopia do intestino grosso. Outro exame que pode ser solicitado é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, que tem um custo mais baixo do que a colonoscopia, mas que não substitui o exame”, afirma dr. Coppini.

Fatores de risco também estão associados com outros tipos de histórico de câncer na família, bem como um longo período de colite e a própria diabete.



Conscientização

Ainda é alto o número de pessoas que não se submetem ao procedimento da colonoscopia por preconceito, medo e falta de informação. O exame é de baixo risco, mas exige preparação. Um ou dois dias antes a pessoa passa por uma dieta e, na véspera, consome apenas líquidos e uma dose de laxantes. A presença de fibras pode sujar o intestino e dificultar a limpeza. Além disso, dependendo do tipo de sedação, é necessário um jejum de seis horas.

“Antes não se tinha a possibilidade de uma anestesia leve ou uma sedação mais profunda. E as pessoas se queixavam de ser um exame doloroso. A anestesia facilitou bastante este processo e o paciente não precisa mais se preocupar com a dor. Hoje, fazer o exame está muito melhor do que era há cinco ou 10 anos”, garante dr. Coppini.

Segundo ele, apenas 15% de pacientes com câncer de intestino vão apresentar algum tipo de sintoma na fase inicial da doença. Já nas fases mais avançadas pode se observar sangue ou muco nas fezes, cólicas por longos períodos, alteração no funcionamento do intestino, emagrecimento sem explicação, cansaço, sinais de anemia em exames rotineiros e vontade permanente de evacuar.

Quando o câncer de intestino é detectado em estágio inicial, só a cirurgia pode ser suficiente, com grandes chances de cura. Casos mais avançados podem exigir a quimioterapia ou radioterapia. Esse último, apenas para tumores na região do reto, na parte final mais próxima ao ânus.

“A melhor forma de prevenir o câncer de intestino é manter hábitos de vida saudáveis, como praticar atividade física, ter uma alimentação rica em fibras, frutas, legumes e cereais, ingerir bastante líquido, diminuir o consumo de carne vermelha, principalmente as carnes processadas como linguiça, salame, outros embutidos e carnes defumadas. A obesidade é um fator de risco, aliada ao consumo de álcool e o tabagismo”, completa dr. Paulo.

Mais informações sobre o câncer de intestino estão disponíveis nos seguintes endereços eletrônicos: www.abrapeci.org.br, www.movimentovaipormim.com.br e www.portaldacoloproctologia.com.br.