Data de publicação: 13/09/2021

Sintrivest sedia reunião do Departamento Têxtil e Vestuarista da Fetiesc

Sintrivest sedia reunião do Departamento Têxtil e Vestuarista da Fetiesc

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Sintrivest sedia reunião do Departamento Têxtil e Vestuarista da Fetiesc
Encontro contou com palestra do analista Político do DIAP, André Luís dos Santos, além de análise e discussão sobre as negociações coletivas em todo o Estado e ações a serem realizadas

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest) sediou, na última sexta-feira, 10 de setembro, reunião do Departamento Têxtil e do Vestuário da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina (FETIESC). Na oportunidade, representantes sindicais ligados ao setor se fizeram presentes, a fim de debater uma série de assuntos, entre eles as negociações coletivas de trabalho, análise da atual situação do setor, a vitória da não aprovação, por parte do Senado, da Medida Provisória (MP) 1.045/2021, considerada uma ‘minirreforma trabalhista’, além de uma palestra com o analista Político do DIAP e Especialista em Política e Representação Parlamentar, Andre Luís dos Santos.

O presidente do Departamento, Valmor de Paula, agradeceu ao Sintrivest por sediar a reunião e ressaltou que Brusque tem uma grande importância na área têxtil e do vestuário, para a economia da região. Atualmente o Departamento é formado por 21 sindicatos, sendo o ramo de atividade que possui o maior número de trabalhadores da Fetiesc hoje. “Para nós é uma satisfação muito grande estarmos aqui na cidade de Brusque, fazendo um debate a respeito das negociações coletivas de trabalho, que são de suma importância. Necessário registrar, que se não houvesse sindicato, desde 1994 quando se instituiu a livre negociação, os trabalhadores não teriam reajuste salarial, porque o governo só reajusta os salários dos aposentados e pensionistas. Nós estamos num momento de extrema dificuldade, tendo em vista a alta da inflação. É bom que se diga que estamos aí na casa dos 10% quase que geral, a inflação das categorias. Isso, para classe trabalhadora, é um desgaste e um sofrimento, porque vamos negociar na data-base aquilo que ele já deixou de ganhar. Então a inflação alta prejudica muito os trabalhadores. Mas temos que comemorar porque dentro do quadro da Fetiesc, temos uma deliberação de que os sindicatos não devem fechar negociações coletivas em percentual menor que a inflação. Entendemos que a inflação já é uma dívida e a nossa grande busca é pelo aumento real, para que possamos recuperar o poder de compra dos trabalhadores”, ressaltou.

Também em pauta, a rejeição da Medida Provisória 1.045, pelo Senado Federal, foi trazida à discussão. Originalmente a MP criou um novo programa de redução ou suspensão de salários e jornada de trabalho durante a pandemia de Covid-19, mas sofreu tantos acréscimos na Câmara dos Deputados que foi chamada de ‘minirreforma trabalhista’ por senadores. Foram 47 votos contrários, 27 votos favoráveis e uma abstenção, com isso, a matéria foi arquivada. “Lamentavelmente a Câmara Federal não escutou os trabalhadores, mas temos que parabenizar a Casa Alta, que é o Senado, que acabou rejeitando essa MP, que foi uma atitude de extrema coerência dos senadores. Entendemos que precarizar os direitos dos trabalhadores não gera empregos. A Reforma Trabalhista 13.467/2017 de Michel Temer, provou isso, nós temos quase 15 milhões de desempregados”, comentou Valmor de Paula.



Palestra híbrida

A reunião também foi marcada pela palestra do analista político Andre Luís dos Santos, que abordou o tema ‘O contexto político para o Movimento Sindical’. Realizada de forma híbrida, a palestra pode ser acompanhada tanto pelos representantes sindicais presentes, quanto por aqueles que estavam em outras cidades, de forma online.

De acordo com o presidente da Fetiesc, Idemar Antonio Martini, os aspectos trazidos por Santos são de suma importância para o entendimento da situação política e econômica pela qual o país passa. “Temos nossas articulações para fazer, precisamos ter consciência da situação que vive o trabalhador, porque ele está nessa situação e quem são os responsáveis por isso. E tendo estas respostas, poderemos buscar soluções para voltarmos a nos reencontrarmos em um patrimônio melhor, com melhores condições de trabalho. Com certeza reuniões como esta são sempre um encontro muito produtivo para entendermos o que acontece em cada região do Estado. O departamento é uma representação bastante grande em Santa Catarina e tem o compromisso de se unir, a fim de amenizarmos o sofrimento da classe trabalhadora”, ressaltou.

Para a presidente do Sintrivest, Marli Leandro, é uma grande satisfação para o Sintrivest poder sediar a reunião do Departamento Têxtil e do Vestuário, diante de tudo o que ele representa no Estado de Santa Catarina, visto que agrega um significativo número de trabalhadores e trabalhadoras. “É uma troca de experiências importante, um debate que faz parte da nossa rotina. A cada 40, 50 dias, fazemos uma análise das questões ligadas ao movimento sindical e aos direitos da classe trabalhadora. As ideias e opiniões que trocamos a respeito da situação do setor no Estado nos renovam com argumentos para as nossas próprias mesas de negociação local”, complementou.