Data de publicação: 26/01/2021

Vacina contra Covid-19: quando chegará aos trabalhadores e trabalhadoras?

Vacina contra Covid-19: quando chegará aos trabalhadores e trabalhadoras?

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Vacina contra Covid-19: quando chegará aos trabalhadores e trabalhadoras?
O Brasil vive desde o último dia 18 de janeiro, uma ponta de esperança com o início da vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Desde março do ano passado, as incertezas que cercam a doença, a perda inestimável de vidas em todo país, e a ausência de comprometimento com a Nação por parte de muitos governantes, especialmente do presidente da República, que subestimou e ainda subestima a mortalidade do vírus, ganha agora um novo rumo.

Até o dia 19 de janeiro, o Ministério da Saúde confirmou a entrega de 6 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida em parceria entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, para todos os estados e o Distrito Federal. As informações são da Agência Brasil. Outras 900 mil doses foram liberadas no dia 22.

A vacinação teve início pelos grupos prioritários da chamada fase 1: trabalhadores de saúde, pessoas institucionalizadas (que residem em asilos) com 60 anos de idade ou mais, pessoas institucionalizadas com deficiência e população indígena aldeada.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, Santa Catarina recebeu, nesta primeira fase, um total 144.040 doses da CoronaVac, que serão usadas para imunizar 68.580 pessoas. O primeiro grupo a receber as vacinas aqui no Estado é formado por trabalhadores da saúde, a população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas, e população indígena que vivem em aldeias. A cidade de Brusque recebeu 1.096 doses e iniciou no dia 19 a campanha ‘Vacinar é Proteger’ seguindo o que determina o Plano Nacional de Imunização (PNI) elaborado pelo governo federal.

Já no final de semana, o Ministério da Saúde começou a distribuição dos 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford, produzidas pelo laboratório indiano Serum. Desta vez, Santa Catarina recebeu, ainda no domingo, 24 de janeiro, 47.500 doses e seguirá com o plano de vacinação e reenvio aos municípios.

Segundo o Ministério da Saúde, 100 milhões de doses dessa vacina foram encomendadas para serem distribuídas ainda no primeiro semestre deste ano. Já com relação à vacina CoronaVac, foram entregues 6,9 milhões de doses e até abril, o Butantan entregará 46 milhões de vacinas contra o novo coronavírus para todo o país.


Poucas doses X população

O número de doses de vacina é relativamente baixo, considerando que a população brasileira já ultrapassa 210 milhões de pessoas e que o número de vidas perdidas pela doença e em razão de complicações causadas pelo vírus, ainda é diário. Até esta segunda-feira, 25 de janeiro, 217.037 pessoas morreram por conta da Covid-19 no país, interrompendo seus projetos, ações e deixando familiares com uma tristeza irreparável.

Diante deste cenário, é inevitável o questionamento: quando a vacina estará disponível aos trabalhadores e trabalhadoras? À toda população? A presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Região, Marli Leandro, ressalta que é obrigação do governo federal garantir vacina para todos e no menor espaço de tempo. “É inconcebível que depois de tantos meses vivendo a pandemia, o Brasil não tenha se preparado para comprar a vacina para toda população, e mais ainda, que não tenha garantido o número de doses suficiente ainda em 2021”, enfatiza.

Segundo Marli, existe a preocupação recorrente com a economia, que não pode parar, com as indústrias que precisam girar e aumentar suas produções, com o comércio que precisa estar aquecido, mas para que tudo isto ocorra, é necessário ter uma população imunizada e saudável; trabalhadores vacinados contra a Covid-19, já que são eles a força trabalhadora que move o país, que produz a diversidade dos itens e produtos do Brasil. “É lamentável que questões políticas estejam acima do maior bem que tem o ser humano: sua vida. É um desalento ouvir o chefe maior da nossa Nação comparando este vírus com uma ‘gripezinha’, se eximindo de sua responsabilidade ditada pela Constituição Federal, onde diz que ‘a saúde é direito de todos e dever do Estado’. Precisamos da vacina, em doses suficientes para afastar esta doença que tanto mal causou e ainda causa no mundo. E precisamos de um presidente que governe para o bem do seu povo e que leve a sério os riscos de um vírus mortal”, complementa.